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Foto do escritorAdriana Leite

Região de Campinas gera mais de 117 mil empregos formais

Dados divulgados pela Fundação Seade são do período de janeiro a novembro de 2022


Emprego: mercado de trabalho está gerando postos com salários mais baixos afetando a renda do trabalhador.

A geração de postos de trabalhos formais – com carteira assinada – é uma das saídas para reduzir a pobreza que cresceu vertiginosamente no Brasil nos últimos anos. A falta de emprego atinge milhões de brasileiros. Dados divulgados recentemente pela Fundação Seade mostram que em 11 meses de 2022 (entre janeiro e novembro) foram criados 713 mil novos empregos no Estado de São Paulo. Na Região Administrativa de Campinas (RA), o saldo no acumulado do ano foi de 117.375 novos postos.


De acordo com a análise do Seade, se comparado o saldo acumulado até novembro de 2021 com o mesmo patamar em 2022, há um corte de 20.359 empregos com carteira assinada, já que nos 11 meses do ano anterior a soma foi de 137.914 postos gerados. Detalhe importante é que a RA Campinas contempla 90 municípios e é mais ampla do que a Região Metropolitana de Campinas (RMC), que abrange 20 cidades.


A professora extensionista do Observatório PUC-Campinas, Eliane Rosandiski, afirma que, apesar de o novo governo ter uma linha desenvolvimentista com uma preocupação maior no social, o cenário ainda requer bastante atenção e cuidado. Ela observa que o Brasil vem de um período muito duro para o mercado de trabalho com a precarização dos empregos e da remuneração paga aos trabalhadoras e trabalhadores.


“O mercado de trabalho está se recuperando um pouco, mas oferecendo empregos mais fragilizados e com padrão de remuneração mais baixo. De fato, está ocorrendo um aumento da massa salarial. Isso é bom, mas tem que ter também o aumento da renda per capita do trabalhador. O fato de o mercado ter mais gente trabalhando, mas com um padrão de remuneração mais baixo, não garante um consumo que dê sustentabilidade muito boa para o crescimento econômico”, analisa a professora.

Ela pontua que “o mercado de trabalho reflete toda uma dinâmica de crescimento econômico do país”. Eliane diz que há um viés na qual as políticas públicas visam não apenas gerar emprego, mas emprego de qualidade. “Porém, se o olhar for de gerar qualquer tipo de emprego para conseguir um número positivo, não avançamos na geração de renda da população. Sabemos que esse não é o padrão que o governo Lula quer. Contudo, mesmo com os esforços governamentais, vai ser difícil recuperar o emprego de melhor qualidade nesse primeiro momento”, comenta a especialista.


A professora acredita que, se começar um processo bom de crescimento econômico, no qual o mercado reduza as desconfianças e melhorem os fatores macroeconômicos, a mudança no quadro possa gerar mais empregos que promovam a valorização dos trabalhadores e justiça social. Mas Eliane alerta que o desafio do governo Lula e da população será encontrar vetores de crescimento e de desenvolvimento que possibilitem gerar trabalho e renda para o povo brasileiro. "Mesmo com todos os problemas que estamos enfrentando, sou otimista. Acredito em uma melhora do país e na geração de postos de trabalho”, salienta.


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